A grande maioria das sacolas plásticas disponíveis em supermercados brasileiros são feitas de resina sintética originadas do petróleo, não são biodegradáveis e podem levar centenas de anos para se decompor. Entopem bueiros, poluem as águas, nos mares, além de enfeiar a paisagem, podem matar animais como tartarugas, que são vítimas frequentes pois confundem o material com as medusas, sua presa natural.
Um material assim, tão difícil de eliminar, é problema certo para o meio ambiente, uma vez que os custos para se reciclar essas sacolas superam os custos da produção. Se queimados, liberam dioxina, um supertóxico que provoca câncer e outras enfermidades.
No fim da década de 50, na ocasião de seu surgimento, as sacolas de plástico eram motivo de orgulho das redes de supermercado e símbolo de status entre as donas de casa. Meio século se passou e tudo mudou. O símbolo da modernidade tornou-se vilã do meio ambiente. A causa? O plástico polui – e muito. No âmbito mundial, 500 bilhões de sacolas de plástico são produzidas a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou 1 milhão por minuto. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), são consumidas 12 bilhões de sacolas plásticas anualmente. Cada brasileiro usa, em média, 66 unidades por mês. Por se tratar de um material que leva longo tempo para se decompor, o plástico pode provocar danos irreparáveis ao meio ambiente.
Algumas cidades norte-americanas e países da Europa têm adotado alternativas radicais para a diminuição do impacto ambiental das sacolas plásticas. Em São Francisco, por exemplo, as sacolas plásticas foram exterminadas do mapa – apenas as produzidas à base de milho ou papel reciclado podem ser usadas. Por sua vez, desde 2002 os supermercados ingleses e irlandeses cobram taxas por sacolas utilizadas. E o mais interessante é que o dinheiro dessas taxas é revertido em projetos ambientais. Em alguns estados brasileiros, a utilização de plásticos oxibiodegradáveis tornou-se uma alternativa, pois eles possuem um aditivo químico que, em contato com terra, luz ou água, acelera a decomposição. O prazo de degradação é até 100 vezes menor.
Os supermercados de Curitiba (PR), que consomem 900 milhões de sacolas ao ano, aderiram à novidade. Em São Paulo a Assembleia Legislativa chegou a aprovar um projeto de lei que tornaria obrigatório o uso dos oxibiodegradáveis, mas ele foi vetado pelo então governador do Estado, José Serra, devido a problemas técnicos. O aditivo usado nesse tipo de plástico faz com que a embalagem continue contaminando o ambiente devido ao uso de catalisadores derivados de metais como níquel e manganês.
Representantes da cadeia produtiva do plástico criticam o uso dos oxidegradáveis. Para o presidente do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, o engenheiro químico Francisco de Assis Esmeraldo, os plásticos oxidegradáveis também são nocivos ao meio ambiente: “No final do processo, o plástico não desaparece, mas sim vira um pó que facilmente acaba parando nos córregos, rios, represas, lagos e mares. Isso significa que nossa geração poderá beber, involuntariamente, plástico oxidegradável misturado à água”. Ainda segundo o presidente do Plastivida, as sacolas plásticas que embalam o lixo, por exemplo, servem de combustível no processamento, o que acarreta em uma economia de óleo diesel e outros derivados do petróleo. “Isso somente é possível devido ao elevado conteúdo energético dos plásticos, pois 1 quilo de plástico produz a mesma energia de 1 quilo de óleo diesel. Em síntese, o plástico é energia; portanto, não desperdice”, conclui.
Mesmo que as sacolas venham a desaparecer, ficarão os sacos plásticos para embalar lixo. Qual seria então a atitude “ecologicamente correta” e definitiva para que todos viessem a adotá-la, uma vez que as pessoas são resistentes ao uso da sacola retornável?
Plásticos tradicionais levam até 200 anos para se decompor:
- TIPO DE PLÁSTICO - Polietileno
- ONDE É USADO - Material hospitalar, utensílios domésticos
- QUANDO DESAPARECE* - 50 anos
- TIPO DE PLÁSTICO - Poliestireno
- ONDE É USADO - Brinquedos
- QUANDO DESAPARECE* - 50 anos
- TIPO DE PLÁSTICO - Polipropileno
- ONDE É USADO - Pára-choques de carro, carpetes
- QUANDO DESAPARECE* - 100 anos
- TIPO DE PLÁSTICO - Polietilenotereflalato (PET)
- ONDE É USADO - Embalagens de refrigerantes, fitas magnéticas
- QUANDO DESAPARECE* - 200 anos
- TIPO DE PLÁSTICO - Polihidroxibutirato (PHB - Biodegradável)
- ONDE É USADO - Cartões de crédito, talheres descartáveis
- QUANDO DESAPARECE* - 6 meses a 2 anos
* Em ambientes ricos em bactérias e fungos, como aterros sanitários
Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
Adorei o trabalho dos meus colegas...
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