terça-feira, 18 de outubro de 2011

Professores Inesquecíveis




    Foram muitos quando estudei em Rosário, em Bagé, mas aqui em Uruguaiana, meu professor de Genética, professor Demócrito, que numa época em que não tínhamos os recursos de hoje, apenas com a lousa e o giz ele fazia-nos “viajar” por cromossomos e genes de uma forma que eu nunca mais esqueci. De lá para cá, entramos na biotecnologia aplicada e muita coisa se aperfeiçoou, mas o básico que aprendi com seus ensinamentos, me deram o alicerce para compreender o que estava por vir. (Rosa Mari)

     A professora inesquecível, para mim, foi uma de português, não recordo o nome, repeti 3 anos com ela, mas, com certeza, foi um incentivo para ser o que hoje sou: professora de língua portuguesa.

     Uma das professores que eu não esqueço foi a do Jardim de Infância. Eu era menor que os outros e não sabia pintar direito. Todos os meus desenhos tinham bilhetes escritos com caneta vermelha. Dei fim a todos, quando aprendi a ler. Hoje acho uma pena. Outro professor inesquecível foi do curso de Matemática. Era uma disciplina muito teórica, estudei muito. Nesta disciplina, aprendi como se aprende e aprendi como ensinar. Outra professora marcante foi a de didática, no curso de Ciências. As nossas micro aulas eram gravadas, fotografadas e observadas pela professora e colegas. Até hoje tenho as fotos e lembro dos comentários dela. Foi um marco positivo.

     Será que nós somos professores inesquecíveis para alguém?

     Quando comecei a trabalhar como professora, minha preocupação era fazer um bom trabalho, ter um bom relacionamento com colegas e alunos e fazer com que meus alunos aprendessem o conteúdo e a ser cidadãos conscientes. Depois de 26 anos, ainda sou assim. Acho que fiquei na memória de alguns. Digo isso porque, hoje, passo na rua por ex-alunos meus e os vejo comentar com os filhos: foi minha professora. Outros, passam e nem olham.

     Não saberia dizer se sou uma professora inesquecível, tento deixar minha marca de boa colega e boa professora e, como sou nova, daqui a alguns anos, quem sabe, possa responder.

     Nós sempre queremos ser bem lembrados, mas será que trabalhamos para isso?

     Lenira, é difícil responder esta tua pergunta, porque os conceitos de “bom” professor, “boa” aula, mudaram muito. Sempre digo aos meu alunos que pequenos gestos de carinho, de reconhecimento, valem mais do que qualquer salário.

     Eu também sei que fui esquecida por muitos, mas faz parte, não somos unanimidades, são muito mais os gestos carinhosos de alunos às vezes que já deixaram o Elisa faz tempo, e fico contente em vê-los, saber que estão felizes, que contribuí de alguma forma com o meu “tijolinho”, na construção do futuro deles.

     O importante é não abrirmos mão da seriedade com o nosso trabalho, mas sem perdermos a ternura.      Alguns por não entenderem que somos que nem “mãe”, aquela que dá colo mas porque ama, não deixa de cobrar,vez por outra somos mal interpretadas, acabam nos criticando, às vezes até nos ignorando. Se para os que estavam buscando, as minhas orientações foram, em algum momento, significativas em suas vidas, já valeu à pena.

     Enquanto isso, como de costume, continuaremos acreditando, apostando, investindo, plantando sementes... (Rosa Mari)




     Acreditemos:
“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada.

Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.”

Cora Coralina.

Texto produzido pelas professoras Rosa Mari, Vitorea e Lenira.

Um comentário:

  1. Lenira, com certeza foste inesquecível para muitos dos teus alunos, inclusive para mim. Lembro muito das tuas aulas...E volto a te dizer "quando crescer quero ser igual a ti": com muita vontade de melhorar e aprender sempre, com paciência e extremo respeito pela pessoa do aluno e muita dedicação e amor pela nossa profissão. Foi um enorme privilégio ter sido tua aluna e agora ser tua colega. Bjos

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